Sábado, 25 de Junho de 2011

Fantasias

 

 

Escutava-o.

Entre respirações arquejantes e gemidos asfixiados, destacava-se uma voz masculina grave e ligeiramente dominadora, nos pedidos que fazia.

Firme, sussurrava palavras que me excitavam a mim, que as ouvia surpresa, mas mais ainda a quem executava as suas ordens com prontidão, no meio daquelas escadas que davam para o pátio.

A pouca luz que iluminava aquele vão de escadas, contornava a linha dos corpos que juntos partilhavam um acto de prazer comum a ambos, e que pareciam tentados a deixarem-se levar pela fantasia que partilhavam ali, comum a todos mas em que só eles participavam.

Pelo menos assim julgavam.

 

Categorias:

Escrito por FlordeLis às 16:01
| Vossas memórias
Segunda-feira, 16 de Maio de 2011

Reflexos

 

Tenho receio.

Pavor de encontrar-te em alguma esquina da internet onde habitualmente nos cruzávamos aqui e ali e onde brotou o que sinto, ou sentia. Já nem sei.

Tenho receio de te redescobrir numa ou noutra epiderme, parece que colido em ti a cada site que examino, a cada perfil que vejo. Quando noto correspondências, sustenho a respiração, procuro gostos, hobbies onde te reconheça, que consiga dizer, és tu. Mas nada me dá certezas, e nem sei se as quero ter realmente. Prefiro ficar assim, na dúvida,porque a dúvida segura-me, sustem-me no acto seguinte que se adivinha.Identifico amigos em comum, gostosque sabia que eram os teus, semelhanças em textos escritos. Mas não quero ler,para que a dúvida não passe a certezas, e para que as certezas não voltem a transformar-se em dúvidas que nos obrigue a afastar de nós. Ou que te obriguema colocarem-me à distância de mim. Não sei o que nos aconteceu.

Sei apenas que não me esqueci de ti.

Categorias:

Escrito por FlordeLis às 09:29
| Vossas memórias
Segunda-feira, 15 de Novembro de 2010

Escrevo

 

 

Rabisco porque me liberto.

Porque detrás de cada letra que se transforma irradio muito do que sou, mesmo que não saibam o significado do que [te] digo, mesmo que as palavras vos pareçam desordenadas, sem nexo, sem qualquer fundamento para que as mesmas sejam ditas.

Rabisco porque sinto. Julgam que me conhecem e regozijo com isso. Gargalho silenciosamente através dessas mesmas palavras, porque através das mesmas atordoo, silencio-me, mas deixo suspensas meditações que vos levam a fantasiar.

Não busco compreensão, no que [Te] escrevo.

Apenas me solto através das palavras porque com elas o que sinto alcança vida, ganha uma forma mesmo que com nada se pareça.

Forma essa que me transforma, forma essa em que me avalio.

E [me] dou de mim.

 

Categorias:

Escrito por FlordeLis às 13:12
| Vossas memórias

Memórias Recentes

Fantasias

Reflexos

Escrevo

Memórias Passadas

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Setembro 2013

Julho 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Junho 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Maio 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

Setembro 2006

Agosto 2006