- Olá!
(Engoli em seco.)
O desejo faiscou-me naquele instante na pele. Na carne. No sangue que me percorria as veias. A minha memória recordou-se de ti. Ou melhor, o meu corpo.
Quando pousava o meu olhar em ti e o teu cheiro me penetrava no olfacto. Quando as tuas mãos estavam na minha pele, quando aquele toque que me tirava fora de mim. Gostava de ser torturada por ti. Lembro-me como se fosse hoje. Agora. Quando me davas um beijo onde quase me engolias ate à garganta e no momento a seguir não era nada. A forma como me puxavas os cabelos e me obrigavas a colocar o pescoço ao teu alcance para o morderes como bem entendias. A forma como me agarravas inesperadamente e me seguravas nos teus braços contra uma parede qualquer e me dizias que era tua. A forma como nos entregávamos ao prazer durante horas a fio. Sim, sentia-me tua.
Respirei fundo. Passado era passado. E tudo se tinha alterado.
- Desculpa. Podes entrar.