Não ter medo de caminhar quando a vontade é de correr. Não ter medo de sentir quando algo nos fere por dentro. Não ter medo de fugir quando se sente medo. Não ter medo de revelar o que se sente, quando sentimos. Não ter medo de viver, quando perdemos. Não ter medo de ficar quando tudo nos diz para partir. Não ter medo de partir, quando a nossa presença pode parecer fundamental. Não ter medo de gritar ou permanecer calado quando achamos oportuno, não ter medo de chorar quando as lagrimas se querem sentir livres. Não ter medo de transmitir tristeza quando existe. Não ignorar sentimentos, nem momentos que nos parecem especiais. Não ter medo de sentirSaudade, quando nos dói no peito.
Não ter medo de Amar, quando o Amor vive em nós e nos sentimos sós.
Sente. Vive. Enlouquece. Pois só assim vale apena VIVER.
Débeis são os passos que caminho através de mim.
Frágeis os sons que brotam de um rugir interior enfraquecido pelas vicissitudes da vida, pelas incessantes partidas e chegadas, pelas falsas sabedorias. Pressinto a chegada de algo que se repete. Ouço alguém que bate à porta.
Não me apetece abrir.
Pressinto a partida de algo que arranco do peito para que volte ao estado dormente em que a alma já se encontra.
Quero fugir.
Fechou-se bruscamente uma janela. Ouvi estilhaços. Alguém grita. Serei eu?
Não ouvi o eco da minha voz. Apenas vi a Lua que me espreita.
Quero partir.