O mar fustigava a praia com violentas chicoteadas de água, as ondas já não pareciam ondas, pareciam monstros furiosos que vinham a correr do mar alto para se esmagarem contra a areia.
- Vai ficar aí muito tempo ou prefere entrar para se abrigar do temporal?
Dei um pulo do susto que aquela voz me pregou. Olhei-o furiosa e ao mesmo tempo confusa, sem saber o que fazer.
De um lado estava a tempestade, do outro aquele estranho que olhava para mim, quase que impaciente e eu sem saber o que deveria fazer. Depois de um breve silencio insistiu.
-Vá lá, não lhe faço mal, não parece que esta seja a melhor altura para negar um abrigo, só se quiser apanhar uma valente molha, ou ser levada pelo vento!.... Sorriu enquanto dizia isto, quase que sarcasticamente, o que me deixou ainda mais apreensiva e furiosa por não ter grandes opções.
- Não, obrigada. Eu cá me hei-de arranjar, obrigada na mesma.
- A senhora é que sabe! Encolheu os ombros e dizendo isto rodou nos calcanhares e desapareceu atrás da porta, batendo-a violentamente atrás de si.
Que raiva!
Que cavalheiro que me saiu, sim senhor! Pior que estar sozinha era ter alguém que me virava as costas naquela altura.
Olhei para o mar, parecia querer levar tudo à frente, sem dó nem piedade e cheguei mesmo a pensar se mesmo ali estaria segura, mas por enquanto teria que servir, não tinha outra opção.
Avancei para a porta com alguma dificuldade devido à força do vento, já estava muito ensopada, apesar do abrigo, mas o vento não tinha facilitado esta tarefa, e tinha que admitir que estaria muito melhor lá dentro que cá fora.
Não há relacionamentos perfeitos, apenas feitios que se encaixam. (minha autoria)
Retirada a sua definição daqui.
Brio. Gravidade. Cargo ou titulo de alta graduação. Honraria. Qualidade de digno. Modo digno de proceder.
Todos nós sabemos qual o seu significado, apenas será mais fácil saber o que significa do que o praticar ou simplesmente termos direito a tal nos dias de hoje.
Onde esta a dignidade quando a violência domestica existe e fechamos os olhos, seguindo à risca o ditado de que “entre marido e mulher não se mete a colher?”
Onde esta a dignidade quando milhoes de pessoas morrem de fome para sustentar a ganancia de algumas centenas?
Onde esta a dignidade quando os próprios Pais abusam dos filhos?
Onde esta a dignidade e o respeito por nós próprios quando se trabalha horas e horas a fio, e ainda nos é exigido que o façamos sem ganharmos mais por isso, achando que não temos direito a ter vida para além do trabalho?
O que será mais digno?
Passar fome e não ter dinheiro para se sustentar a si proprio, ou trabalhar por exemplo numa casa de alterne ou ser acompanhante de luxo, podendo assim ter condições de subsistência e de conforto?
Será que ao deitarmos a cabeça na almofada qual será destas a situação mais fácil de encarar, a pobreza que nos limita a nossa subsistência, que nos faz sentir humilhados, deprimidos e diminuidos ou praticar algo que possa dar algum prazer e bons momentos, e receber por isso?
Se pensarmos que cada vez existe mais desemprego, que famílias inteiras ficam sem meios de subsistir, que obriga as pessoas a pedir ajuda a instituições de caridade e a passar fome…
Aqui esta uma discussão que deu para ver varias vertentes do que uma simples palavra pode significar.
Desde pequenos que nos é incutido que quando casamos temos que ser fiéis para que sejamos aceites dentro de uma sociedade que desaprova ligações paralelas supostamente inexistentes, mas que proliferam em cada esquina e em que muitas situações algumas serão relações esporádicas, outras duradouras mas que se mantêm em segredo, ou às vezes nem tanto assim.
Condenam-se apenas porque é mais fácil condenar que entender, mais fácil apontar que perceber o que vai mal, porque a vida do casal que mora mesmo ali na porta ao lado realmente não nos interessa, mas a verdade é que ficamos a saber, mas condenamos apesar de não ser da nossa conta.
Então porque é que condenar já é da nossa conta?
E afinal será que não existiu alguma razão ou razões para que certas coisas tenham acontecido?...
E nem sempre é preciso que algo corra mal, simplesmente houve uma vontade de mudança, uma vontade de correr um risco, ou de saber o que vai para alem daquele corpo que conhecemos já tão bem ao fim de tantos anos…
Quantas vezes não nos damos conta que olhamos para esta ou aquela pessoa de maneira diferente, olhar não é traição, mas cobiçar não será?...
Então olhar é o meio para atingir um fim, um propósito quando realizado.
No entanto quem trai, é aquele que passa do pensamento à acção, e então aquele que apenas pensou, imaginou ou desejou?
Traição não passará primeiro pelos sentimentos, pela vontade, pelo desejo de estar com outras pessoas?...
Afinal onde começa e acaba uma Traição?...
As únicas pessoas a quem dou satisfações são os meus pais, senão vejamos:
Se achas que consegues fazer isto tudo, então primeiro faz e depois pede! :)))