Avistei-te.
No meio da escuridão através das cores pálidas que se espalhavam e se confundiam com as ondas da música que sobrevoavam as nossas cabeças e depois de me certificar que realmente eras quem eu pensava ser, senti o meu coração a disparar, um nervoso miudinho incontrolável, um desejo de me fazer notar, esquecida de que tu nem me conhecias, apenas eu e mal, através do óculo da porta naquele dia e que já tinham passado largas semanas.
Entraste naquele recinto e eu nem estavam em mim, nem conseguia acreditar que aquele homem que não conhecia mas que tinha despertado a minha atenção, estava agora ali a escassos metros juntamente com um grupo de amigos e talvez uma rapariga que parecia ser a namorada.
Um sorriso fácil, observei a medida que ia acompanhando a tua entrada, um olhar quase inocente mas que de vez em quando se revelava também atrevido intercalado com algumas gargalhadas pelo meio.
O que e que poderia fazer para meter dois dedos de conversa?.... Nada, pelo menos nada que não parecesse propositado e descuidado da minha parte.
Não era essa a impressão que queria causar e nem eu estava disposta a isso.
Agora estavas tão perto, e eu nada podia fazer.
A Paula percebeu o meu interesse no outro lado da sala… e perguntou-me quem era.
Sorri, disse-lhe que explicava depois. Perguntei-lhe se queria vir ate ao bar, pedir mais uma bebida. Ela acenou que sim.
A medida que me dirigia ao bar, sentia as pernas a tremer, a insegurança no andar, a excitação que era em ter encontrado pela segunda vez aquele homem.
Retorna-mos à mesa com as bebidas, e no caminho expliquei-lhe por alto de quem se tratava, e ela acenou em sinal de afirmação.
Bebi a bebida em dois goles tal era a sede com que estava. Tentava disfarçar o meu interesse naquela mesa, mas não estava a conseguir. Queria aproveitar todos os momentos para poder olhar para ti. Para perceber que tipo de homem eras tu. Mesmo sem te conhecer, mesmo sem termos trocado mais nenhuma palavra e agora sem termos uma porta pela frente.