Ando assim
Vagueando pelo céu azul
Montada em raios de sol
Que imergem de mim
Num desespero sem fim
Onde persigo a dor.
Não me quero salvar
Apenas me achar
No universo de ti.
Sinto a imensidão
As estrelas que brilham
Ofusca-se a ansiedade
Perco-me na saudade
Na vaidade que tens de ti.
E assim ficaras
E assim te deixo.
Apenas sobrevivo na tempestade
Que resta por fim.
Refugio-me no medo
Não há a bendita esperança
Apenas a vida que imerge
E que dita a sua sentença
Apenas eu
E a tua ausência.
Parece-me que foi ontem que me pedias para esperar por ti.
Acreditei pelo que lutei por tanto tempo contra o que remava em direcção a mim, contra o nós que nunca existiu, contra tudo o que se passava a nossa volta, onde dávamos o nó à vida numa ilusão teimosamente inocente. Hoje acredito que lutei contra cavaleiros sem espada, que lutei contra a vida que segue o seu rumo, contra um destino em que não acredito. Apenas resta a magoa, o pouco da vida que me resta sem ti.
Se não sabes o que é Dor, não sabes o que é Amar. Se não sabes o que é esperar, não sabes o que é enlouquecer. Se não sabes perdoar é porque não sabes esquecer.
Eu fico com a dor.
Tu não sei.
Preciso de um canto para te arrumar.
Para te proteger contra as tempestades, o mau tempo que se adivinha. Luto contra a maré que teima em bater forte contra as rochas, luto contra as forças que teimam em eclodir no meu peito, luto contra o inevitável que se aproxima, luto contras as mas línguas que surgem a cada esquina, luto contra a parte da vida de que me afasta de ti. O que me move é saber que um dia a paz se vai instalar em mim, quando te sentir protegido. Quando nada te poder atingir. Quando a vida acertar passo com o destino.