Sei que o tempo deixou marcas. Não parou onde o deixámos suspenso. Sinto que o futuro não nos está reservado.
Sim, hoje sei. És apenas uma brisa que se perdeu algures no tempo...
Os dias parecem correr vertiginosamente, ou porque estamos demasiado distraídos, ou porque vivemos a nossa vida para atingir limites que parecem não ter um objectivo, metas essas que não se avizinham no horizonte, o que nos faz perseguir o espaço, desprezar tudo o resto, perseguir aquele momento em que vamos terminar a nossa caminhada, aquele instante em que chegamos ao fim desse mesmo percurso. Quando chegamos nem sempre o momento é perfeito tal e qual o imaginamos, mas pelo menos chegamos onde queríamos, atingimos o objectivo final. Existem dias que não sentimos vontade de fazer nada, em que olhamos através da janela e tudo parece parar lá fora, em que a vida que se vive lá fora parece uma mentira, mas sentimo-nos bem assim, como se parássemos no tempo e ficamos com a ilusão que o tempo parou connosco, mas apesar de sabermos que nada disso é real, preferirmos a ilusão à realidade e sentimo-nos bem com isso.
E existem outros dias como hoje. Em que o dia da semana ou do mês não é importante, em que a altura do dia pode ser uma qualquer, sem pressa de chegar a lado algum, porque nem sempre o objectivo é aproximarmo-nos o mais depressa ao fim, mas descobrir a melhor e mais sabia forma de o alcançar...
Pintei a minha existência
Numa tela em branco
Com vários tipos de cor
Onde segue um rio,
Sem principio, meio, ou fim...
Sim eu sei.
A vida é mesmo assim.
Entre pincéis e aguarelas
Em breves pinceladas
O meu traço é a minha força
A cor, pedaços de magia
Os semblantes, estados de alma
Os espaços em branco
Cigarros mal apagados
Por mera cortesia.
O aspecto derradeiro
Depende do caminho
Do propósito já traçado
Deixo a obra inacabada
Num interregno, num sinal
Que a vida continua
Para o bem ou para o mal.
By Mensageira
Nem sempre as palavras flúem com a velocidade e a perícia que gostaria.
E nem sempre as ideias que tenho em mente deslizam como as penso ou como gostaria que fossem decifradas por quem me lê. Ás vezes até nem sei o que dizer, apenas vou rabiscando, e as ideias vão surgindo à medida que as letras vão sendo direccionadas e se juntam alinhando palavras, formando ideias umas mais claras que outras.
Nem sempre o que pareço me permite libertar ou passar para os outros o que me vai na alma. Ninguém é distinto de ninguém. Todos nós passamos pelas mesmas formas de sentir, pelos mesmos tipos de dor, apenas achamos sempre que são únicas quando as sentimos, que o sentimento é maior do que todos os outros possam ter vindo a sentir
Mas não são. São apenas nossos.
Porque apesar de compreendermos, apenas sentimos verdadeiramente quando passamos por essa situação que já ouvimos contar da boca de alguém, mas que não tínhamos vivido antes.
Hoje não quero sentir de nenhuma forma nem vos quero contar nada em particular.
Apenas quero saber o que sinto.
Bem...
As férias já se foram, estou de volta.
Daqui a algum tempo actualizarei o blog e voltarei a escrever...
Até lá então...