Sempre fui uma mulher de muitas paixões.
Nunca fui muito presa a ninguém, e posso afirmar com toda a certeza que isso só aconteceu uma vez.
Sempre gostei da novidade, o desconhecido sempre me atraiu, o conquistar, o flirt, o gosto pelo jogo de sedução, da troca de olhares, de saber que mais tarde ou mais cedo aquele alguém vai ser meu, adoro provocar e de me sentir viva aos olhos dos outros. Gosto de me sentir enamorada, de sentir a adrenalina da conquista, do nervoso miudinho, do tremelicar do estômago, de me sentir agitada quando conheço alguém pela primeira vez. Gosto de ir ao encontro do incógnito, de partilhar, e de avaliar a personalidade de quem se me atravessa à frente, de observar e de me sentir avaliada. Gosto principalmente de não me sentir de ninguém, de decidir com quem e quando quero estar sem estar restrita a relações que não me dizem nada. Prefiro ser livre, prefiro a liberdade de movimentos, de vontades, de opções.
Gosto do desafio, e de me sentir desafiada, ate contrariada.
E depois da conquista, já nada é igual, recolho as garras e parto para a outra.
Apenas o jogo me seduz, me move, me faz sentir viva e saber que se quiser conquistarei quem eu bem entender, sem pudor, sem limites, sem barreiras.
Porque o desafio esta exactamente ai.
E enquanto houver jogo… serei a jogadora principal! J
Há momentos na vida que acreditamos que vamos perder a capacidade de acreditar nas pessoas, que somos capazes de fazer o que quisermos, de que pudemos dar a volta a questões na vida que parecem incontornáveis. Li num blog aqui bem perto em que o seu autor dizia e passo a transcrever “ Por isso ainda há momentos na vida que nos fazem sorrir… “
Nem sempre todos os momentos ou corrigindo, todos os poucos momentos da nossa vida em que atingimos o pico da felicidade ou que pensamos que atingimos esse pico, vêm até nós de graça ou acontecem por mero acaso ou por via do destino.
O que sinto em relação à felicidade, sentimento esse que é tão ambicionado por todos, é que nem sempre nos cai do céu, que na sua maioria temos que ir atrás do que nos faz sentir bem e com plena satisfação, temos que trabalhar para podermos dizer um dia “sou feliz” e sentir essa felicidade como um sentimento absoluto mesmo que não eterno, mesmo que fugaz no tempo. A chave da felicidade é quando somos felizes com aquilo que temos e não com o que pudemos vir a ter um dia, aceitarmo-nos como somos, em vez de querermos ser algo bastante diferente. Não devemos deixar de ser ambiciosos, apenas não pudemos viver em função disso como uma obsessão, devemos aprender a apreciar o que nos faz feliz no momento e não esperar que todos à nossa volta sejam perfeitos. Viver um dia após o outro é o meu lema, e da melhor maneira possível.
Quem muito procura a Felicidade acaba por nunca a alcançar ou nunca saber o que isso significa verdadeiramente.
"A felicidade não é um luxo: está em nós como nós próprios." Paul Claudel
Furtei-te um beijo naquele exacto instante assim como o tempo rouba o presente que se transforma bruscamente em passado, revivi-me no espaço e num presente tão fugaz, neste momento tão breve, tão distante.
O nosso abraço apertado senti-o como se o presente fosse o único tempo que em mim existe, afastando o passado e o futuro como se não houvesse amanha.
A ternura em cada gesto nosso, mostrou-nos o quanto o medo de te perder se tornou imenso, o quanto o poder de um sentimento se torna maior que o Mundo, maior do que tu e eu.
Cantaste-me as palavras mais doces que já ouvi, escutei a musica mais suave que alguma vez senti, quando as ondas bateram e me apercebi que era para sempre ali que queria recordar e viver este tormento. E o vento que um dia nos embalou, roubou-nos o tempo, roubou-nos a vida para que hoje pudéssemos recordar o passado, os minutos que contei sem ti. Colei com firmeza os estilhaços soltos, juntei pedaços dos momentos sofridos, e com eles formei uma linha recta para que caminhemos juntos, lado a lado, o nosso destino.
E foi assim que tudo recomeçou…
Hoje, Domingo, dei por mim a ler o que é dos outros, nos blogs que percorro não com a frequência que desejaria, mas sempre que me é permitido, e deparei-me com um que já não visitava a algum tempo, normalmente não tenho o costume de apreciar o que escrevo, nem da maneira como o faço, porque acho sempre que não tem interesse para quem me lê, mas hoje, ao ler aquele blog, não pela falta de qualidade do mesmo, porque não é disso que se trata, até bastante pelo contrario, dei comigo a apreciar os meus textos e da maneira como me expresso nos mesmos. Senti aquele particular prazer que sentimos quando gostamos mesmo daquilo que fazemos e que nasceu de nós em algum momento com mais ou menos criatividade mas que floriu de nós. Percebi nesse exacto instante, porque é que escrevo e porque e que há quem goste de me ler.
A verdade é que somos tão exigentes em relação a nos próprios que nos esquecemos de dar o devido valor ao que criamos, preferindo apreciar e dar a nossa opinião ao trabalho dos outros, porque é bem mais fácil valorizar o que não é nosso do que aprendermos a gostar do que partilhamos e do que nasce de nós.
Sentimos necessidade de ouvir e de saber qual a opinião das outras pessoas, porque não confiamos nos nossos próprios instintos, e normalmente não concordamos com o que nos é dito, porque achamos que nos são ditas para lisonjear.
Mas hoje fui eu que me dei valor.
Fui eu que me reli nas minhas próprias palavras e gostei do que senti... J
Desde muito cedo que aprendi a viver com regras sociais bem precisas, com um autoritarismo bem vincado com uma educação rígida, bem delineada. Sentia pavor do que me rodeava fora daquilo que tinha aprendido, e protegia-me atrás de uma protecção invisível que tinham feito por mim, do Mundo lá fora. Senti na pele a rigidez de uma educação e que ate hoje sinto que me modelou ao longo do tempo e que ainda noto de vez em quando um ar da sua graça. Vivi demasiado tempo sob regras, mandamentos de uma educação rígida que me limitou os movimentos, que me fez tardar o sabor a Liberdade.
Mas o espírito de revolta formou-se lentamente, secretamente, tentava agora fugir das correntes que me prendiam a algo que já tão bem conhecia e que interiormente não desejava para mim. Num dia de fúria assumi que não era aquilo que queria, que pensava por mim, que era Eu, sem precisar de ninguém para me mostrar a rota por onde devia seguir. Assumi a minha loucura, libertei-me, fugi de território seguro, mas que me proibia os movimentos, que me sufocava diariamente e me estrangulava o espírito inquietante que se tinha formado até então.
Queria dar os meus próprios passos, cambalear e tropeçar as vezes que fossem precisas, pois tinha-se formado um terrível desejo de independência pelo qual me sentia impelida a tomar as rédeas da minha vida.
Fui percebendo que tinha perdido tempo demasiado, que estava mesmo ali á espreita pronta para ser sentida, e que finalmente seria dona dos meus próprios movimentos. Senti-me emergir de um sono inconsciente, senti um chamamento que me fez despertar, para o que se estava a passar.
Afinal tinha medo de viver porque tinha medo de me afirmar como sou, o que penso, o que vejo e por onde sigo.
Hoje não sou nada daquilo que era e vejo tudo pelo que passei a uma distância enorme, hoje, apontam-me por ter uma personalidade muito forte, de saber bem o que quero, de lutar afincadamente pelo que acredito.
Esta é a minha grande vitória.
Este sim , é o meu verdadeiro Eu.