Deleito-me com o acordar e sentir aquele alivio imenso daqueles dias que não tenho horário marcado para nada e que estou sozinha entregue a mim mesma, sem pressas, sem compromissos de qualquer espécie. Adoro acordar sem aquele frenesim, rodeada de lençóis macios que me cobrem o corpo descoberto e saber que posso despertar sem pressas, acordar devagarinho e saborear um pouco mais aquele acomodar lento ate me fartar de estar deitada. Sentir toda a cama apenas minha, sem partilhas, sem o quente de um corpo ao lado. Acaricio a minha pele, sinto o cheiro do gel do banho da noite passada, a pele macia, a frescura que dela imana…
Penso no que vou fazer daqui a umas horas, mas depressa desisto, pois não me apetece pensar, não me apetece planear, apenas sentir aquele momento.
Ouço a vida que desperta no exterior e enrolo-me mais ainda aos meus lençóis, sinto-me a dormitar naquela doce preguiça que me envolve, e no silencio que se respira do lado oposto da janela.
O dia acorda lá fora, os raios de luz teimam em trespassar as vidraças, mas não resisto a ficar mais um pouco…
A minha imaginação vai-te buscar para perto de mim...
Preciso de uma manhã assim. Apenas minha. Apenas contigo em pensamento…
Experimento o pesar dos olhos. As pálpebras a calarem-se com a insistência de um cansaço que parece se ter instalado sem ter chamado pela sua presença. Adivinho o ar pesado que me circunda, a vida a parar em meu redor, (ou sou eu que estou parada?), mal consigo dar um passo sem cair naquele profundo abismo que me consome a alma. Que me fere como uma flecha. Que me toca no coração e afugenta o que de bom me invadia. A estrada afasta os meus sentidos e estados de alma que dispersam para longe dali. Ausentam-se a uma velocidade vertiginosa no sentido oposto, em direcção à paz que antes invadia o meu mundo. Hoje,tudo parece cinzento, perdido no tempo e no espaço. Nada me chama a atenção. Apenas uma estrada me leva todos os dias a um mesmo fim, a um mesmo tempo incerto. Nada parece ter algum sentido, todos os dias se tornaram iguais a tantos outros, hoje após o de ontem, o de amanhã após ao de hoje….
E assim me sinto. Mas não estou triste. Apenas fatigada.
Aguardo pelo desfecho deste final...
Aproveito para comunicar que a minha lista de links aumentou… J Boa semana
E vejam o livro que me acompanha em www.memoriasecretasii.blogs.sapo.pt .
As pessoas desiludem-nos. Diariamente. Esperamos delas o melhor, nunca o pior. Mesmo daqueles que até nem conhecemos muito bem, ate provavelmente de desconhecidos, porque só existem dois tipos de atitudes que possamos ter logo de início, o que terá sempre haver com a nossa experiência de vida até então. Ou desconfiamos à priori, ou ate vermos com os nossos próprios olhos fazemo-las a nossa imagem, esperamos sempre que as suas atitudes sejam dignas da nossa confiança. Algumas até, poríamos a nossa mão no fogo por elas. Acreditamos que aquelas pessoas nos vão querer sempre bem, e que independentemente de quem já nos avisou uma dezena de vezes sobre as atitudes desse mesmo indivíduo, continuamos a acreditar. Porque acreditar faz parte da nossa essência. Porque precisamos de confiar. Como se sabe nem sempre é assim, mas se for preciso caímos novamente no mesmo erro. Erro não. Não o considero, porque apesar de tudo continuo a acreditar no ser humano, e que nem todas as pessoas que ate hoje me desiludiram o fizeram por mal, ou com intenções de o fazer. Algumas sim, outras sei que não, mas a verdade é que não considero que sejamos todos iguais. O ser humano tem a capacidade de se corrigir quando erra e o reconhece perante si mesmo.
São tantos os motivos que levam as pessoas a trair a nossa confiança, apenas me custa a acreditar que a crueldade consiga superar a nossa própria natureza.
Confesso que esta semana não tive tempo para escrever um texto para por aqui hoje, mas deixo a resposta a mais um desafio lançado, desta vez pela Bianca…
Está aqui http://memoriasecretasii.blogs.sapo.pt/ .
Até breve.
Hoje apetece-me rever a sensação de voltar a ser livre.
Parar no tempo, fechar os olhos, voltar atrás e reviver. Reviver o que hoje me transcende, que trago em mim em forma de saudade. Apetece-me regressar ao passado e voltar a ser aquela menina - mulher, com um sorriso nos lábios, com aquele espírito e sensação de liberdade, com aquela fisionomia. Apetece-me voltar a sentir as sensações que me percorriam o sangue, em jeito de vida que adormeceu. Entreguei-me ao conformismo, a certezas, a vida tal como ela é. Para os demais. Não como a desejei, não como a sonhei. Apenas ao que parece mais normal, mais aceitável. Envolvi-me em amarras que não sou capaz de soltar. Perdi-me, não sei bem em que momento, quando estabilidade era o mais importante, quando o desejo de paz era maior.
Apetecia-me ser outra vez aquela menina. Menina, mulher. Mas fiel a si própria.
Ps. Aqui está um dos desafios que me lançaram, deem uma espreitadela... http://memoriasecretasii.blogs.sapo.pt/