Terça-feira, 28 de Novembro de 2006

Doce amargura...

Olhei-te bem no fundo dos teus olhos rasgados.

Tristeza. Desejo. Angústia. Medo. Saudade.

Queria meditar em ti, mas apesar de um passado ainda fresco, parecia que se tinha tornado tão distante, mais longínquo que o Sol, que a Lua, que o pássaro que sobrevoa o horizonte e que tentava aprisionar sem sucesso com as minhas mãos, assim como tentei em tempos prender-te à nossa sorte, mas o nosso futuro fugiu-nos por entre os dedos e desbotou num vazio, que se retalhou em profundos sopros no horizonte. Este vazio encheu-me a alma de meditações, de um terrível tormento que ocupavam estas noites frias. Contemplava o Horizonte e desejei ver-te mais uma vez, nem que ao de longe, mesmo que lá ao fundo. Admirar-te seria um reviver, um reviver do passado, um bem a um coração rasgado, que por momentos gozaria de um instante de felicidade, de alivio de uma doce dor. E de tortura. Mas isso não importava agora. E que triste fico, e que magoa sinto. E sei que sentes o mesmo, pois confessaste-me mais tarde que se pudesses voltar atrás, alterarias tudo, tudo o que? Perguntava eu, inúmeras vezes no meio da minha escuridão, noites em vão perdidas no espaço e no tempo. Longas noites passaram e deixaram marcas como as tuas palavras vãs que faziam renascer a mágoa, um doce que sempre me soube a amargo e quanto mais amargo se tornava, mais me desafiava, mais o amargo me sabia a doce tormento…  

Assim foi o meu Amor por ti!

E agora estavas ali, diante dos meus olhos. E eu sem nada para te dizer...

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Escrito por FlordeLis às 00:00
| Vossas memórias | Devaneios (9)
Quarta-feira, 22 de Novembro de 2006

Laço Cor-de-Rosa Choque

Laço Cor-de-rosa Choque

Desprendo o laço da saudade que preservo, amarfanhada num recolhido ponto de uma gaveta envelhecida, permanecem ali as recordações que abrigo da minha adolescência inquieta e que me faziam sofrer, capaz de converter o mundo apenas com a vontade de avançar e lutar por um ideal, uma crença, uma finalidade.

Protejo as nossas missivas de amor, relíquias envelhecidas pelo tempo, do desgaste de uma inocência perdida, que se reflecte na minha imagem, mas já atenuada, gasta, e já esquecida num espelho velho, abandonado no meu quarto. Cada linha que decifro, traz a juventude enredada em lágrimas de sangue, carregadas pela esperança de um dia ser tua. Para Sempre. Para sempre não! Desculpa. Não foi nem será nada para sempre, apenas a morte separa as almas, que as junta, novamente, sem a nossa autorização, sem pedirmos. Cada vocábulo um sentimento acrescido, um doce lamento, uma esperança, um devaneio! Cada interrogação, uma incógnita, uma incerteza, uma insegurança! Cada ponto final, uma afirmação, uma dúvida posta de lado. Um retrato faz-me refrescar um momento na vida que não mais voltará, atribui uma nostalgia, assim como trás a saudade de voltar a rabiscar as promessas que li nesses amontoados papeis que se desarranjam entre si, apenas não sei porque, sei que não voltarei a redigir assim. Algo se perdeu no meio do nada, de sentenças ditas sem pensar, de sonhos, de frustrações, de bloqueios sentimentais, de paixões perfeitas que nunca deveriam acabar sem serem plenamente vividas. Assim como se perderam ilusões, entre noites mal dormidas, entre sofrimentos desbotados nas linhas mal definidas da existência, perdeu-se a ternura inocente, as aventuras começadas, a esperança de um dia voltar a ser menina. Sim, essa ternura que não voltará jamais.

Tento escrever novamente algo semelhante, mas as madrastas confianças, os pontapés dados um após outro não me deixam prosseguir nesta encruzilhada, não mais consigo atingir o auge da idade em que transbordava alegria por onde passava, que contagiava quem comigo falava, que alagava cada coração que comigo se cruzava.

Apenas a memória ainda não me atraiçoou, essa continua intacta, assim como a minha vida que continua entrelaçada naquele frágil laço cor-de-rosa choque.

 

 

(Desafio de Guilherme, “Coisas da Gaveta”)

 

 

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Escrito por FlordeLis às 00:00
| Vossas memórias | Devaneios (11)
Domingo, 19 de Novembro de 2006

" Puro prazer "

          Sonho contigo...

Corpo que desconheço, alma que não sinto, apenas te vejo, perto, muito perto de mim. Sorrias. Ambicionei um rosto, um corpo escultural, belo …o teu…!

Profundamente envolvida nos meus sonhos, um ruído fez-me acordar subitamente, acordei de repente, e instintivamente peguei no telemóvel e atendi.

-Quero-te nos meus braços…ouvi, do outro lado da linha, a mesma voz do principio da noite…

(fez-se uma breve pausa, adivinhei o que se ia passar a seguir…)

Sorri.

- Quero o mesmo, e nunca deixei de o desejar…. Respondi-te prontamente já adivinhando bem o que querias naquele momento e não te fiz esperar.

- Beijo-te a boca…(fez-se uma pausa) sinto a tua língua quente, e os teus lábios desejosos de me sufocarem de beijos….

E continuaste….

- Dispo-te sofregamente, rasgo-te a blusa, sinto o teu corpo colado ao meu. Beijo-te as mamas… sinto os teus mamilos ferverem de vontade de estarem na minha boca… tomo-os…sinto-os…a minha língua húmida percorre-os… gemes de prazer.

- Beijo-te também, quero o teu membro apertado no meu peito…roça-te em mim… aperto o meu peito de maneira a que fiques apertado e consigas sentir…

- Seguro-te as mãos… és minha…vou-te foder com todas as minhas forças…vais gritar, gemer para mim… vou enfiar a minha língua na tua cona e vais implorar-me para não parar… quero que gozes… deixa-me olhar-te… quero ver a tua expressão…

Enquanto falávamos, alternadamente, ia-me acariciando, tocava subtilmente em mim, sentia-me húmida, preenchia aquelas tuas palavras, com toques generosos no meu corpo, tocando exactamente onde queria, provocando uma sensação de desejo ainda maior do que as tuas palavras, as nossas, nos provocavam. Calculava que estivesses a fazer o mesmo, pois a tua respiração tinha-se alterado, e tinhas-me dado a saber isso…

- Deixa-me engolir-te… lamber-te…percorrer-te com a língua, sentir-te crescer dentro da minha boca…(pausa)

- Faz isso… faz… estou-te a sentir, estou dentro da tua boca… hum…. Quero mais, engole-me… engole-o ainda mais…não pares…não pares…não pares…

Deste lado a tua voz evidenciava que estavas a masturbar-te, era cada vez mais intensa a tua respiração, ofegante , era como se tivesses ali, realmente junto a mim, sussurrando-me tudo aquilo ao ouvido.

- Quero-te, fode-me… quero-te dentro de mim… preciso de te sentir, não aguento mais esta espera.

- Toma-o…sente  apenas um bocadinho, suavemente…vais sofrer… Puxa-me agora contra ti, implora-me que entre dentro de ti….implora… pede….

- Sim, quero-te…fode-me… fode-me… fode-me…

Em gestos mais rápidos, sentia o meu desejo, a vontade de ter um orgasmo naquela altura, cada vez mais forte, mais impossível de controlar…

- Espera… vira-te… quero o teu cuzinho… deixa-me entrar em ti…aperto-te as nádegas, viraste para mim e oferece-me o teu cuzinho… hum… tão bom…aperto-te… sinto-te  que te ofereces sem resistência aos meus intuitos, porque estas a desejar o mesmo…. Sei que gostas… e eu adoro…penetro-te devagar… deixo-me escorregar lentamente, sinto a pressão…fodo-te agora….gemes… gemes mais ainda….

- Sim… hum… continua… dá-me mais… mais fundo… mais ainda…quero que te venhas para mim… desejo o teu leite a escorrer-me pela boca…e sabe tão bem…

-Queres…? Queres mesmo??.... ah, deixa-me penetrar-te ainda mais… deixa-me… deixa-me… sente… sente….em gestos rápidos fodo-te cada vez com mais tesão… toma… toma-me todo…. Vira-te agora, rápido! Dá-me a tua boca, aaahhhhhhh…

-sinto o gosto, sinto –o a escorrer-me na boca, na  cara, no pescoço… lambe-me, prova-o também….lambe-me…. lambe-me… beija-me …

Ouvimos a respiração de ambos ao mesmo tempo que gozávamos os nossos orgasmos independentes, mas cúmplices das vozes que se cruzavam naquela aparelho. As nossas respirações confundiam-se, eu tinha voltado a sentir aquela sensação de estares ali, apesar de não te encontrar e o estímulo de uma voz que escolhia as palavras certas no momento certo…que me conseguia excitar daquela forma puramente animal…

Passado algum tempo, apenas me ocorreu uma coisa…

-Adorei…vamos repetir…?

A verdade, é que nunca houve um envolvimeto físico entre nós, não passou disto mesmo,de uma aventura telefónica, mas que soube muito bem... Cheguei-o a conhece-lo sim, fisicamente, e posso-vos dizer que tinha valido bem a pena.... mas as circunstancias em que nos conhecemos não foram das melhores, e mais não digo.... (usem a  vossa imaginação...)

           

 

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Escrito por FlordeLis às 00:00
| Vossas memórias | Devaneios (31)
Quinta-feira, 16 de Novembro de 2006

" Quero-te. "

Voltei a desejar violentamente aquele homem depois de tanto tempo.

Falamos sobre o que nos tinha acontecido, durante aquela ausência, contamos novidades, soltamos algumas gargalhadas, a conversa ocorreu alegremente mas um ritmo lento, como se fizéssemos para que aquele diálogo não acabasse prematuramente. Parecia que queríamos que aquele instante durasse eternamente. Enquanto falávamos lembrava-me de conversas no passado, pela noite dentro às tantas da madrugada, era exactamente o mesmo homem que estava ali comigo ao telefone, agora.

Huuuuummmm…

Sabia tão bem ouvir aquela voz, apesar de o teor da nossa conversa não ser erótico como era das outras vezes, mas ouvia a sua voz, e ao mesmo tempo sonhava. Queria tanto que me desejasse ali, naquele instante e me dissesse como já me tinha dito tantas vezes, apesar de prestar atenção e responder-te às perguntas que me fazias. Mas não tive coragem de te revelar este desejo. Guardei para mim, este impulso, tentei concentrar-me no nosso diálogo mas a minha imaginação já se tinha distanciado daquela conversa banal que estávamos a ter.

Ao mesmo tempo que falávamos animadamente, tocava-me como se do seu toque se tratasse, sentia as suas mãos no meu corpo, sem nunca as ter sentido, também lhe queria tocar, sem nunca o ter tocado, desejei tanto que as palavras dele fossem outras, mas não, nem um sinal de uma ligeira saudade, nem tocamos nessas conversas como seria de esperar, nada. Apenas parecia que não querias terminar o nosso diálogo, e eu desejava o mesmo…

O meu coração disparou, senti que voltaria a ter as conversas pela noite dentro novamente, se ele quisesse também.

Fiquei amargamente desiludida quando nos despedimos.

Fiquei com a sensação que algo tinha mudado nele, que já não se sentiria à vontade para voltarmos a ter essas experiências, talvez devido ao tempo que nos afastou, ou a algo que talvez tivesse mudado na sua vida, fiquei sem ter certezas de nada. Talvez tivesse achado que não estaria interessada em voltar a ter essas experiências, sei lá. Algumas perguntas ficaram por responder. Mas se ele pensasse assim, porque o telefonema? Saudades de me ouvir? Qual ou quais seriam as intenções dele com aquele telefonema depois de tanto tempo…? Porque é que não tocou no assunto? Estas seriam apenas algumas das perguntas que gostaria de ver respondidas, e nem sei como me segurei durante a nossa conversa, mas o tempo tinha-me ensinado a saber esperar, a escolher a altura certa para conseguir o que queria, e já não era aquela menina que desejava ter as respostas na hora, causando por vezes algum desconforto nas pessoas, quando quase exigia uma resposta. Não, agora já não agia assim, a minha experiência tinha-me ensinado que não se deve pressionar alguém a responder, pois nem sempre nessas alturas as respostas dadas eram as que nós desejávamos ouvir. Apesar disso, fiquei com a certeza que aquele telefonema tinha tido algum propósito, algum intuito, apenas ainda estava guardado nos segredos dos deuses…

Ouvi uma mensagem a entrar. O meu coração sobressaltou. Li-a, vezes sem conta, como para ter a certeza do que tinha lido.

“Quero ter-te de novo nos braços, sentir o teu corpo, o teu gosto. Quero-te Leonor.”

Um arrepio percorreu-me todo o corpo ao ler isto.

Naquele momento desejei-te ardentemente ali, bem perto, mesmo sem te conhecer…

 

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Escrito por FlordeLis às 00:00
| Vossas memórias | Devaneios (27)
Segunda-feira, 13 de Novembro de 2006

Recordações...

 

É verdade…

Aquela voz subtil, que não lhe conhecia o rosto, até aquele dia pelo menos, já me tinha proporcionado bons momentos e quando falo em bons momentos, falo mesmo em momentos verdadeiramente eróticos, repletos de pequenas e doces loucuras de prazer que tínhamos proporcionado a ambos, em diversas noites em tempos atrás…

Sei que para o mais comum dos mortais, isto não parece muito normal, mas a verdade é que esta voz despertava o meu lado selvático, o meu gosto pelo desconhecido e o que isso envolvia, a minha imaginação voava vertiginosamente para algo incrivelmente excitante, para actos puramente sexuais, e que apesar de fugazes, eram majestosamente intensos pela carga de emoção que nos trazia, e apesar de nunca termos estado fisicamente perto, e talvez por isso mesmo, a imaginação transportava-nos para imagens perfeitas de corpos que se uniam e sexualmente se satisfaziam sem qualquer pudor ou interesse para alem disso mesmo… tudo começou com um simples engano, quando ele tentava telefonar para um amigo, e palavra puxa palavra, a conversa tinha-se desenrolado, tinha-me apanhado super bem disposta nesse dia e como estava sempre na brincadeira, acabamos por ir falando mais um pouco e assim se tinha desenrolado este “conhecimento”, e  durante alguns dias, primeiro sobre coisas banais, depois sobre sentimentos até que não sei bem onde nem como aconteceu, acabamos por levar as nossas conversas para assuntos mais íntimos, até chegarmos aquelas experiências que me tinham preenchido algumas noites, mais frias, mais solitárias.

Essas recordações trouxeram algo que naquele momento se encontrava adormecido, ausente até, talvez. Já me sentia quase anulada como mulher, apenas era alguém que precisava de trabalhar para se sustentar naquela cidade, sozinha, sem grandes expectativas de algo excitante acontecer no dia a dia.

Senti-me tentada a telefonar, mas nunca tive conhecimento da verdadeira situação deste homem… não sabia se era casado ou solteiro, calculava que estivesse sozinho, pelo menos naquelas noites que partilhávamos estas experiências.

Naquele momento não sabia o que fazer. Sentia-me tentada mas ao mesmo tempo receosa de tentar precipitar as coisas, sem saber muito bem o que se passava do outro lado…

Resolvi, reter um pouco os meus impulsos e mandar apenas uma mensagem….

“ Como poderia esquecer…? ”

Esperei pacientemente uma resposta aquela minha provocação. Enquanto aguardava, pensava no que estaria a fazer, como seria, sobre aquela voz apenas sabia que era envolvente, majestosa e que me provocava a libido, apenas ouvir aquele timbre grave, subtil, em tom de provocação, arrepiava-me. Apetecia-me passar realmente à prática tudo aquilo que fazíamos apenas ao telefone, só de pensar estava a deixar-me louca, estava a deixar-me descontrolada, fora de mim, conseguia imaginar cenas selvagens completamente irracionais! Sobre a pessoa, pouco ou nada sabia, apenas que morava noutra cidade, que já teria mais alguns anos de idade do que eu, e o nome. Sempre senti que isso bastava, afinal até isso podia ser tudo falso, mas não me sentia minimamente preocupada em confirmar, o mistério desta situação excitava-me e queria continuar assim, não precisava de mais.

Estremeci, com a casa silenciosa, aquele ruído, sobressaltou-me e olhei para o visor.

Peguei no telefone.

Era ele…

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Escrito por FlordeLis às 00:00
| Vossas memórias | Devaneios (36)

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