Completamente já esquecida deste episódio, passadas algumas semanas desde o casamento, a minha vida tinha voltado ao normal, já na cidade, à mesma correria de sempre, às mesmas rotinas do costume, fazendo-me esquecer o que havíamos combinado.
Tocou o telefone.
Estremeci ao ver o número com um indicativo que não era português, e que em nada me era familiar, mas percebi naquele instante de quem se tratava. Era aquele rapaz, lindo, que adorei conhecer naquele dia, que era apenas a única boa recordação que valeu a pena guardar daquele casamento.
Respirei fundo, atendi…
Horas depois, estávamos sentados a conversar calmamente numa esplanada.
Ali estavas tu, parecia incrível estares mesmo ali a minha frente, com o mesmo brilho no olhar, o mesmo sorriso que soltaste durante as nossas conversas, o mesmo perfume… Soube naquele instante, no intimo, que estavas ali por mim, tive a certeza que alguma coisa tinha feito despertar em ti, e que agora as regras do jogo seriam outras…
Fomo-nos encontrando ao longo da semana e à medida que te via, a vontade de te agarrar, ter-te como meu, estava a tornar-se difícil de suportar, estar perto de ti, provocava em mim uma sensação de desejo incontrolável, conseguir provar os teus lábios carnudos tornou-se uma obsessão! Queria-te mais do que qualquer outra coisa e ao fim de alguns dias, numa rua solitária finalmente, beijamo-nos ardentemente ao ponto de cortar a respiração, e de ficarmos rendidos ao desejo já acumulado a algum tempo! …os nossos beijos tornaram-se insaciáveis, escaldantes como o sol que espreitava teimosamente por cima de nós…
Durante os dias seguintes, e apesar da tesão que se acumulava em nós, ia sendo retraída por um sentimento de culpa que te atormentava, tentavas chamar-me a razão, fazias-me sentir ainda uma criança ao teu lado, sentias-te culpado por traíres alguém que terias deixado no país em que vivias, no fundo procuravas uma razão para justificares aqueles actos, para te libertares de uma culpa que eu não sentia, e que tu apenas te lembravas quando já envolvido. Ficavas louco com os meus beijos, provocava-te ao máximo, deixando-te sempre em expectativa de algo mais…
Naquele dia, na praia, que seria o ultimo que podíamos estar juntos, a tarde estava agradável, serena, soprava uma pequena brisa que era como uma bênção devido ao calor que se fazia sentir …
Já dentro de agua, os nossos beijos indiferentes ao que se passava à nossa volta, continuavam intensos, e envolvida nos teus braços mordiscava cada pedaço do teu corpo que alcançava, sentia o teu sexo a roçar em mim, rijo, prestes a saltar da prisão em que se encontrava. Naquele instante, num acto de plena loucura, agarrei o teu sexo e fiz-te entrar dentro de mim, de rompante! O meu desejo fez-me perder o resto de bom senso e surpreendido com o meu gesto, deixaste-te ir, rendido à mesma loucura que te envolvia e que tomava posse do teu raciocínio, já não pensavas, apenas me beijavas com sofreguidão, louco, possesso, rendido a algo que já não conseguias controlar! Senti-me fora de mim, fora do meu corpo, alheia ao que se passava, nada mais importava do que gozar aquele momento tão intenso, tão repentino. Entre movimentos cada vez mais intensos, penetravas-me cada vez com mais vontade, e algo quente me invadiu o corpo, o teu orgasmo soltou-se, fez-me gemer como nunca, tapaste-me a boca, quase te mordi…
Não sei se alguém notou ou ouviu, mas tudo me pareceu natural, e alheios como estávamos, as ondas do mar pareciam compactuar com o que se passava ali, camuflando os nossos gemidos, o nosso ataque de loucura!
Apreciamos, juntos, o nascer do por do sol.
Depois daquele dia nunca mais te vi...
E agora estavas ali, tentavas não falar nesse dia, apesar de te ler o desejo no olhar. Passados quatro anos, a história parecia repetir-se.
Desejavas-me como dantes. Voltei a sentir o teu beijo, a tua doce malícia…
Gosto de te provocar, de testar os teus limites…
Afinal, ainda temos oito dias…
Parecia um sonho.
À muito tempo que aguardava esta oportunidade.
Secretamente desejava a chegada deste momento que tinha sido adiado durante 4 anos. Quatro longos anos que naquele instante, contigo frente a frente, se tinham dissolvido no Tempo, parecia que se tinham reduzido apenas em horas, pois via nos teus olhos que o nosso caso ainda estava vivo, parecia ressurgir secretamente das cinzas, e que pelo menos não terias esquecido. Frente a frente o teu olhar parecia ausente, ligeiramente húmido, retomando a um passado que nos tinha unido naquele dia…
Tudo aconteceu numa aldeia perdida no tempo, daquelas que vamos porque somos obrigados, ou porque ainda temos família que teima em viver nestes sítios ermos longe da civilização, ao que fui a um casamento que pouco ou nada me dizia, mas que por bem tinha me sentido um pouco na obrigação de estar presente.
Enquanto os preparativos se desenrolavam com um certo frenesi próprio destas ocasiões, a que já estava habituada, (seria sempre mais fácil ir a um casamento de alguém do que ir ao meu, pensava sempre), entre as convidadas, tinha ouvido um burburinho sobre alguém que viria directamente de Londres, para ali estar, um rapaz jovem, bem parecido e bem sucedido profissionalmente, que parecia mexer com o mulherio presente, fazendo soltar algumas fantasias entre as raparigas solteiras que ali se encontravam, e alguns comentários mais ousados, das casadas, que ouvia aqui e ali, sempre que se falava nessa personagem que parecia despertar certos instintos.
Chegou o dia.
Depois da cerimónia na Igreja e já no copo de agua, avistei-te, afastando o meu olhar dos restantes convidados, direccionando a minha atenção apenas para ti, que parecias um pouco distante daquilo tudo, embrenhado nos teus pensamentos que em nada deveria ter a ver com a tua estadia ali, naquele momento, naquela aldeia perdida de vista, rodeada de montanhas, entregue a si.
Observei-te, tal como um predador observa a sua presa.
Eras um rapaz alto, ligeiramente moreno, um rosto bem masculino, delineado, tinhas uns olhos de uma cor verde intensa, cabelo ligeiramente ondulado, mas que te dava um ar de modelo escultural, o corpo acompanhava esta descrição, nada tinha sido deixado ao acaso, parecias um daqueles actores apenas alcançável através de um ecrã; olhava-te para os lábios, tentando decifrar o que estarias a dizer, sempre que alguém se dirigia a ti.
Aproximei-me um pouco receosa da tua reacção, sem saber bem como iria começar uma conversa contigo, tentando controlar o medo que me percorria o corpo deixando-me nervosa apenas de pensar em estar perto de ti. Cumprimentei-te e começamos por uma conversa de circunstância, sobre os noivos, o casamento, tu próprio parecias confuso com esta abordagem um pouco caída do nada, mas a conversa foi se desenrolando e à medida que isso ia acontecendo ia-me sentindo mais à vontade, mais solta, mais confiante, e senti que estarias a passar pelo mesmo, pois agora já sorrias, já parecias mais descontraído também…
Apreciava os olhares das outras mulheres que desejavam estar ali no meu lugar, parecia estarem a consumirem-se, os seus olhos faiscavam de inveja de não estarem a fazer o que ela tinha tido coragem de fazer, mesmo que já um pouco embriagada, e sorria por dentro…
Ofereceste-me uma tigela de caldo verde, e a conversa foi-se desenrolando animadamente, sem sobressaltos. Tinha conseguido o que queria, captar a tua atenção. Trocamos números e combinámos um dia mais tarde encontrar-mo-nos na cidade.
Sinto-me assim…
Sinto-me a levitar deste mesmo corpo estagnado, para te procurar na imensidão dos meus pensamentos e da magia que me transpõem, sempre que necessito de pensar em ti, de te sentir perto, mesmo que apenas te guarde nas minhas memórias.
Sinto-me a levitar nas recordações que de ti guardo, sinto em mim a tua presença mesmo aqui bem perto, trago-te pela mão, sorrio para ti, vejo o teu sorriso, o teu olhar que me admira, adoro o conforto que as tuas palavras me trazem, sinto que contigo ali estou segura, que te posso trazer de volta sempre que me apetecer, pois nas minhas memórias ninguém toca, nada me trairá, apenas eu me poderei trair-me a mim própria. O mundo pára quando penso em ti, quando me sinto a levitar por ti, em ti, quando te sinto perto a chamar por mim…
Sinto-me sensual nos teus braços, sinto que o teu cheiro invade a minha pele sem autorização, sinto que encontrei a paz que procuro sem pedir perdão, sinto-me apenas tua, e consigo viver assim sem sentir culpa deste sentimento intenso que percorre este corpo que chama por ti…
Sinto-me bem, sinto-me feliz nesses momentos apenas meus, e que não partilho com ninguém, apenas com vocês.
Não, não me sinto triste, sinto alguém apenas...
Sinto-me assim…
Estávamos num cabaré, bem à moda antiga.
A sala bem iluminada com candelabros e grandes candeeiros era enorme, as paredes estavam repletas de quadros antigos gigantescos com molduras douradas, cheios de histórias para contar, as mesas cobertas de um tecido branco imaculado, estavam decoradas com pequenas velas vermelhas em candelabros dourados que davam um ambiente romântico ao salão, os próprios empregados rondavam a terceira idade, e a stripper que actuava naquele momento estava longe da sua juventude…
Enquanto apreciávamos todo este ambiente, ela insinuava-se atiçando a minha tesão, ora beijando-me, tocando-me, soltando gargalhadas insinuantes, palmilhando o meu corpo sem pudor, mesmo ali em frente de todos, o que não tardei a corresponder, perdendo alguma vergonha que ainda poderia ter, quase me exigindo a tocar aquele corpo sôfrego de paixão que me estava a deixar doido, louco para a devorar, para a desfrutar, mesmo ali! Os seios quase a sair do decote, faziam-me querer devorá-los, naquele ápice, sugá-los até me cansar!
Ficámos até fechar.
Fomos até um jardim que se encontrava perto dali, e àquela hora pouco movimento havia.
Desta vez, já não eram sugestões. Deu-me as mamas para as devorar, sugar, acariciar. Eram deliciosos, rígidos, e os mamilos completamente firmes denunciavam todo o seu desvario. Beijei-os durante algum tempo, com toda a minha aflição.
Quase no mesmo instante, ela procurou o meu sexo e acariciou-o como que a tomar-lhe a sua forma e textura, deixando-me ainda mais irracional, com aqueles movimentos ritmados que me estavam a deixar desejoso de sexo, puro e duro…
Ela não estava melhor que eu, o que iria confirmar nos instantes seguintes, levantou a saia e obrigou-me a penetra-la com força, a mostrar a minha virilidade de jovem…
- Entra cariño …
Estava completamente húmida, sequiosa do meu sexo, e lentamente mas com genica, comecei a penetra-la, a devora-la, a sentir no seu corpo toda a sua tesão, toda a intensidade daquele momento. Aproximava-se um orgasmo mais que desejado, mas obrigou-me a parar. Dirigiu o meu sexo para o seu ânus, algo novo para mim, algo completamente desconhecido até então, o que me provocou, uma sensação de desvario, de desconhecido, mas ao mesmo tempo, delicioso para ambos! Gememos os dois de prazer, ali no meio da negrura da noite entregues aquela sensação de que tudo o que nos rodeava não existir, apenas nós neste mundo…
Meios vestidos, meios despidos apreciamos dois cigarros que fumamos em silêncio, recuperando a respiração, apenas nos olhando mutuamente, a reviver na memória a loucura de às instantes.
Recomeçaram os beijos assim que acabaram os nossos cigarros, enfiei-lhe os meus dedos pelo seu poço de prazer, deixando-a louca com a surpresa, beijava-lhe os mamilos como se tratasse da primeira vez, deixavam-me completamente louco... nunca tinha visto mamilos tão apetecíveis como aqueles! O orgasmo dela não se fez de rogado, e apareceu como que por magia em retribuição aos meus gestos… retribuiu-me o favor, mamando o meu sexo logo de seguida com tamanha prontidão, que fui apanhado também de surpresa, ficando entregue aos gestos que me levariam à loucura novamente.
Ao fim de algum tempo afasta – mo – nos com a promessa de um novo encontro, de novas experiências, mas que nunca chegou a realizar-se.
Ainda bem que tinha me obrigado a sair de casa…
Esta história teve como protagonista um leitor assiduo do meu blog,apenas aqui descrita por mim.Espero que gostem,como eu gostei...
Estar deitado no sofá, a fazer zapping em casa sozinho, entregue a mim mesmo e a programas incrivelmente chatos e repetitivos, aborreciam – me, faziam-me sentir incrivelmente só.
A noite estava deliciosamente quente, tinha teimado em ficar em casa, mas alguma coisa me estava a impelir para dar um passeio, para fugir dali; tudo era melhor que permanecer deitado naquele sofá que já estava tão farto de mim como eu dele…
Decidi-me, o silêncio estava a deixar-me impaciente, nada como um passeio a pé para desanuviar o espírito, por as ideias em ordem, pensei eu…
Sai.
Apesar de estar quase a acabar o curso, mas já tendo começado a trabalhar, o futuro não me deixava de preocupar, e estes pensamentos ocupavam-me o espírito, enquanto inconscientemente, apanhei um autocarro, parecendo saber perfeitamente para onde ia, apesar de ter saído de casa sem um propósito. Mas alguma coisa me guiava, mesmo que apenas instintivamente, parecia que me empurrava de encontro ao meu destino naquele sábado à noite…
As ruas estavam animadas, a noite começava a encher-se de vida, viam-se pequenos grupos conversando, agitando os nervosos cigarros à medida que a conversa se desenrolava entre gargalhadas e actos mais discretos, as portas dos bares daquela zona estavam ainda fechados mas alguns jovens, aguardavam pacientemente a sua abertura enquanto conversavam e iam discutindo problemas políticos e sociais que pareciam preocupar mentes intelectuais que deveriam estar mais preocupadas em divertirem-se, como seria próprio da idade, alguns namorados encostados a paredes desgastadas pelo tempo, pessoas que passavam por ali com aspecto duvidoso…
Dirigi-me a uma esplanada simpática composta por poucas mesas cobertas de um tecido garrido mesmo no meio do passeio, que pareciam chamar pelos transeuntes que passavam por ali, e que davam um ar mais subtil aquele café que parecia igual a tantos outros, mas como em todo o lado que passam muitos turistas, cada particularidade podia chamar mais ou menos clientes e cada esplanada era identificável pelo estabelecimento, devido a cor desses mesmos tecidos, apesar da correnteza de mesas e cadeiras que se podia encontrar ali. Vendedores de varias nacionalidades expunham os seus trabalhos, pequenos quadros, bijutarias, caricaturas feitas na hora por meia dúzia de tostões, enquanto um grupo tocava escrupulosamente uma melodia agradável, que se fazia ouvir pela rua e que dava um ambiente especial aquele lugar…
Estava a observar todo este ambiente e a bebericar uma cerveja, quando o meu olhar se cruzou com o de uma mulher, na casa dos trinta, bem vestida, com uns seios que saltavam à vista num decote provocador, com um olhar penetrante e ao mesmo tempo parecia me estar a observar já à algum tempo…
Sorriu-me, sorri de volta e passados uns instantes, convidou-me para me sentar ao pé dela. Tinha um sorriso que me cativou, um jeito de mulher já feita, e apesar de espanhola a conversa fluiu normalmente, ao que acabei por lhe dizer que era engenheiro civil, o que pareceu impressiona-la, apesar da minha tenra idade. A conversa estava animada, e pode-se dizer que o interesse de ambos aumentou, ela tinha um jeito de mulher madura que me cativou, com os seus longos cabelos pretos lisos, bem tratados, e toda a linguagem corporal de ambos parecia desenvolver-se através de um pequeno toque, pequenos gestos que pareciam ser ao acaso mas que ao fim de algum tempo, eu comecei a retribuir…
Decidimos sair dali e fomos ter a um local bem conhecido da noite lisboeta, que vive hoje nas memórias da noite de Lisboa…
Entrámos.
(continuação... )